A chave do Apocalipse.

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Texto de Jan Val Ellam

28/10/2001

Aos que buscam.

Considerações Necessárias .

O que aqui será exposto deverá servir apenas como parâmetro para reflexão, jamais como verdade estabelecida, até porque o assunto enfocado eleva-se muito acima do que normalmente o atual nível da condição humana pode entender. Afinal, compreender o roteiro dos fatos proféticos constantes no livro do Apocalipse, a partir dos acontecimentos ocorridos no dia 11 de setembro de 2001, é tarefa que requer cuidadosa reflexão. Mais complexa torna-se ainda a questão pelo fato de estarmos vivendo um momento planetário em que diversos conflitos estão ocorrendo, e sabemos todos que a primeira vítima das guerras é sempre a verdade, já que os interesses antagônicos das partes em questão procuram revestir os fatos com as cores de suas conveniências. Mas não nos furtaremos a ofertar o que nos foi revelado, mesmo que sejamos os primeiros a ressaltar a nossa pequenez para tanto, ao mesmo tempo em que reconhecemos que o presente estudo requer o devido aprofundamento, o que, a seu turno, possivelmente será feito.

Assim, as profecias constantes no Livro da Revelação — O Apocalipse —, também poderão ser manipuladas conforme a estratégia da política de informação, ou de contra-informação, dos lados envolvidos e ali retratados, o que seria de todo lamentável.

O presente estudo propõe uma análise objetiva quanto aos fatos ocorridos no dia 11 de setembro de 2001, situando-os no contexto geral do Apocalipse, para que se possa ter uma idéia do que ainda está por vir, conforme o anúncio profético do apóstolo João. Para isso, nos despreocupamos em tornar agradável ou simpático para esta ou aquela parte do conflito o que aqui será exposto, até porque, no nosso entendimento, os profundos equívocos de ambas as partes é que produziram tudo o que de desagradável ultimamente vem ocorrendo no nosso mundo. São as eternas paixões humanas escudadas nas posturas comuns ao imperialismo econômico e político como também no fanatismo religioso e político, ambas as situações criando verdadeiros monstros — as feras apocalípticas – que devoram tudo a sua volta. O primeiro, concentrando riqueza e gerando miséria; o segundo, semeando terror.

Somos daqueles que pensam que nada justifica uma ofensa, um "arranhão" sequer, quanto mais atentar contra a vida de alguém, sob nenhum tipo de pretexto, seja este de ordem religiosa ou política. Afinal, se pretendemos construir um mundo pacífico, como defender o uso da violência sob qualquer ótica que se tente justificar? A violência é subproduto da ignorância quanto aos aspectos espirituais que regem a vida na Terra e, o repetimos, não a aceitamos sob nenhuma ótica de argumentação. Assim, a nada estamos alinhados e somente buscamos o esclarecimento espiritual.

Isto posto, pedimos desculpas caso as interpretações aqui ofertadas venham a ferir suscetibilidades de alguns irmãos ou irmãs da família planetária, que estejam vinculados a algum dos lados do conflito, o que não é o nosso caso. Por quem somos, procuramos amar a todos os seres que vivem na Terra, indistintamente, pois enxergamos uma só família planetária vivendo neste mundo. E dia virá em que esta compressão será patrimônio moral e espiritual de todos, independente da singular diversidade que marca a vida terrena em todos os seus campos, diversidade esta que deverá sempre existir, pois talvez seja o que nos diferencie diante do cosmos. Existindo a consciência maior da cidadania planetária a diversidade se preservará como um dos aspectos mais belos do nosso planeta azul.

Portanto, abordaremos o tema pretendido, primeiro analisando a situação psicológica do apóstolo-evangelista João diante das circunstâncias de sua vida, em especial quando da confecção das duas obras a eles referidas: o seu evangelho e o livro do Apocalipse.

I. A psicologia do apóstolo João Evangelista e o Apocalipse.

Jesus, quando de suas aparições no estado de ressuscitado, sempre portou-se com a costumeira simplicidade que o caracterizara em vida. Chegou mesmo a comer e beber “como se fora um deles”, sorrindo com ternura ante a incompreensão dos que escolhera para terem a graça de percebê-lo.

Vejamos como a sua penúltima aparição foi descrita pelo próprio apóstolo, no seu evangelho.

...tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades. Manifestou-se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael, os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: “Vou pescar.” Responderam-lhe eles: “Também nós vamos contigo.” Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia os discípulos não o reconheceram. Perguntou-lhes Jesus: “Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer?” “Não”, responderam-lhe. Disse-lhes ele: “Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis.” Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. Então aquele discípulo (João - grifo do autor) , que Jesus amava, disse a Pedro: “É o Senhor!” Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas. Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados). Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão. Disse-lhes Jesus: “Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes.” Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinqüenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. Disse-lhes Jesus: “Vinde, comei.” Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe “Quem és tu?”, pois bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão, e lhe deu, e do mesmo modo o peixe. Era esta já terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado.

Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?” Respondeu ele: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo.” Disse-lhe Jesus: “Apascenta os meus cordeiros.” Perguntou-lhe outra vez: “Simão, filho de João, amas-me?” Respondeu-lhe: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo.” Disse-lhe Jesus: “Apascenta os meus cordeiros.” Perguntou-lhe pela terceira vez: “Simão, filho de João, amas-me?” Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: “Amas-me?”, e respondeu-lhe: “Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo.” Disse-lhe Jesus: “Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus.”

E depois de assim ter falado, acrescentou: “Segue-me!” Voltando-se Pedro, viu que o seguia aquele discípulo que Jesus amava (João) (aquele que estivera deitado reclinado sobre o seu peito durante a ceia, e lhe perguntara: “Senhor, quem é que te há de trair?” Vendo-o, Pedro perguntou a Jesus: “Senhor, e este? Que será dele?” Respondeu-lhe Jesus: “Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha? Segue-me tu.” Correu por isso o boato entre os irmãos de que aquele discípulo (o próprio João que escreveu este evangelho) não morreria. Mas Jesus não lhe disse: “Não morrerá, mas: Que te importa se quero que ele fique assim até que eu venha? ” (Jo 21, 1-23).

Após este fato, o Mestre orientou-os a seguir para Betânia onde ascendeu aos céus, conforme descrito no evangelho de Lucas.

Depois os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu. Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo. E permaneceram no templo, louvando e bendizendo a Deus. ” (Lc 24, 50-53).

Assim, no dia de sua ascensão — última aparição que fez aos seus — apresentou-se de forma radiante e, com um sorriso na face, como a significar toda a esperança que depositava no futuro da família terrestre.

Por fim, Ele subiu aos céus junto com seus anjos para preparar o porvir.

Fez cumprir em si mesmo todas as profecias do Antigo Testamento a Ele referidas. “ Depois lhes disse: “Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco, era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas, e nos Salmos.

Profetizou, de sua parte, afirmando que voltaria para abraçar a todos. Se cuidou com tanto zelo das profecias antigas, se cumpriu a estranha promessa da ressurreição, o que não fará para que se cumpram as referentes ao seu próprio retorno?

Outra questão que precisa ser entendida é a dificuldade que João, o apóstolo-evangelista, tinha de referir-se a si mesmo no seu próprio evangelho. Preocupado em se posicionar como narrador privilegiado dos fatos — por ter participado diretamente — e, ao mesmo tempo, tentar ser o mais fiel possível às ocorrências e às palavras do Mestre, João foi o único dos evangelistas que se preocupou em apresentar Jesus como sendo uma personalidade cósmica em missão na Terra. Ressalta a sua divindade e apresenta-o como o Verbo de Deus.

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus.”

“Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia vida e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam. ” (Jo 1, 1-5).

O Verbo era a verdadeira Luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. ” (Jo 1, 9-11).

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que um Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. ” (Jo 1, 14).

Os demais evangelistas se preocuparam, cada um deles, com assuntos ou aspectos específicos da vida e obra de Jesus.

Mateus, por volta do ano 60, preocupou-se em escrever para os leitores judeus, procurando demonstrar que Jesus era exatamente aquele que fora predito pelos profetas do Antigo Testamento, mas que, infelizmente, não havia sido reconhecido pelo próprio povo que lhe servira de berço terreno. Não é sem motivo que o seu texto  se caracteriza pela abundância de citações do Antigo Testamento.

Marcos reúne em seu evangelho, também escrito por volta do ano 60, as principais pregações do apóstolo Pedro, ressaltando, para os pagãos, os milagres e as obras realizadas por Jesus.

Lucas, de origem Síria, além de helenizado — os demais evangelistas eram judeus — escreveu seu evangelho servindo-se dos de Mateus e de Marcos e, apesar de não ter convivido pessoalmente com Jesus, conversou com muitas pessoas que o fizeram, entre as quais Maria, a mãe de Jesus. Escrevendo também para os pagãos, descreve principalmente a bondade e a misericórdia  ímpares do Mestre.

João, ao contrário dos demais, escreveu seu evangelho quase trinta anos depois dos primeiros. Muitos fatos que foram determinantes para o que João viria a fazer no futuro ocorreram entre a confecção dos escritos de Mateus, Marcos, Lucas e o de João.

Contudo, antes mesmo de decidir confeccionar o seu próprio evangelho, ele teve que percorrer caminhos tortuosos, carregando sobre os seus ombros o peso de ser o único remanescente dos apóstolos ainda vivo e fugindo continuamente da perseguição romana. Essa etapa de sua vida começou por volta do ano 70, quando todos os outros apóstolos, como também Paulo, já haviam morrido ou saído das terras da Palestina e mesmo de Roma. João, pelo simples fato de estar vivo, tinha a desconfortável responsabilidade de servir como único foco para esclarecer e tirar dúvidas para as diversas agremiações cristãs então existentes. A todo instante era procurado por diversos grupos que lhe apresentavam problemas relativos ao entendimento e ao significado das palavras de Jesus, como também em relação a algumas passagens da sua vida.

O que mais perguntavam a João era a respeito da tão propalada e prometida volta de Jesus. Afinal, Mateus, Marcos e Lucas haviam ressaltado nos seus evangelhos, de forma abundante, as próprias profecias de Jesus a respeito de seu retorno. Vejamos algumas das principais passagens evangélicas a esse respeito.

Ao sair do templo, os discípulos aproximaram-se de Jesus e fizeram-no apreciar as construções. Jesus, porém, respondeu-lhes: “Vede a todos estes edifícios? Em verdade vos declaro: Não ficará aqui pedra sobre pedra; tudo será destruído. ” (Mat 24, 1-2). Jesus referia-se à ruína de Jerusalém que ocorreria por volta do ano 70.

Indo ele assentar-se no monte das Oliveiras, achegaram-se os discípulos e, estando a sós com ele, perguntaram-lhe: “Quando acontecerá isto? E qual será o sinal de tua volta e do fim do mundo?” Respondeu-lhes Jesus: “Cuidai que ninguém vos seduza. Muitos virão em meu nome dizendo: Sou eu o Cristo. E seduzirão a muitos. Ouvireis falar de guerras e de rumores de guerra. Atenção: que isso não vos perturbe, porque é preciso que isso aconteça. Mas ainda não será o fim... Este Evangelho do reino será pregado pelo mundo inteiro para servir de testemunho a todas as nações, e então chegará o fim. ” (Mat 24, 3-14).

Então se alguém vos disser: Eis aqui está o Cristo! Ou: Ei-lo acolá! Não creiais, porque se levantarão falsos cristos , e falsos profetas que farão milagres a ponto de seduzir, se isto fosse possível, até mesmo os escolhidos... Porque, como o relâmpago parte do oriente, e ilumina o Ocidente, assim será a volta do Filho do homem. Onde houver um cadáver, aí se ajuntarão os abutres. ” (Mat 24, 23-28). Assim expressava-se Jesus para simbolizar a convergência da atenção mundial em torno de sua personalidade celestial, quando de sua volta que será percebida por todos, não necessitando para tanto que ninguém se desloque ou assuma este ou aquele credo para tornar-se um dos eleitos. Como pastor cósmico que é, voltará para abraçar a todas as suas ovelhas do aprisco terrestre — “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco.” (Jo 10, 16), já que “Na casa de meu Pai há muitas moradas.” (Jo, 14, 2) — e não somente aquelas inseridas em alguma religião ou em movimento de qualquer ordem, afirmam os mentores espirituais.

Logo após estes dias de tribulação, o sol escurecerá, a lua não terá claridade, cairão do céu as estrelas e as potências dos céus serão abaladas. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do homem. Todas as tribos da terra baterão no peito e verão o Filho do homem vir sobre as nuvens do céu cercado de glória e de majestade. Ele enviará seus anjos com estridentes trombetas, e juntarão seus escolhidos dos quatro ventos, duma extremidade do céu à outra. Compreendei isto pela comparação da figueira: quando seus ramos estão tenros e crescem as folhas, pressentis que o verão está próximo. Do mesmo modo, quando virdes tudo isto, sabei que o Filho do homem está próximo, à porta. Em verdade vos declaro: Não passará esta geração antes que tudo isto aconteça. O céu e aterra passarão, mas as minhas palavras não passarão. Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas somente o pai. ” (Mat 24, 29-36). Jesus referia-se claramente a um tempo futuro mas afirmava que tudo podia passar, menos o cumprimento da sua promessa. Muitos, entretanto, achavam que Ele retornaria ainda naquela época.

Mateus, explorando o tema da volta de Jesus, no capítulo 24, nos versículos 37 até o 51, continua a desenvolver simbolicamente a maneira pela qual se podia vislumbrar quais os sinais da tão esperada volta. Também em todos os versículos do capítulo 25 do seu evangelho aborda de forma insistente o tema.

Marcos, no capítulo 13, e Lucas, no capítulo 21, desenvolvem as suas descrições quanto à Volta do Filho do Homem, que aqui não iremos repetir por pouco acrescentar ao que já foi expresso por Mateus.

Devemos somente ressaltar que, naqueles dias, após a confecção dos três primeiros evangelhos, a questão da volta do Cristo passou a ser discutida por todos os que tinham alguma relação, fosse com o cristianismo nascente ou com as eternas querelas existentes entre os judeus que não aceitavam Jesus, com o poder romano que absolutamente não se preocupava com os fatos ocorridos e com os exaltados cristãos que viam na volta de Jesus uma espécie de vitória de seus argumentos e opiniões.

Se Ele já havia ressuscitado, como prometera, voltar não seria maior dificuldade, pensavam alguns. O problema é que ainda vinculavam, de maneira equivocada, o seu retorno com a eterna esperança do povo de Israel em assumir o seu real lugar entre as nações da Terra, conforme esperavam, já que não suportavam a dominação romana.

Assim, por volta do ano 70 d.C, o general romano Tito invadiu Jerusalém, destruindo o templo sagrado dos judeus e tudo o mais que encontrou pela frente. Foi uma nova diáspora para aquele povo já tão sofrido. Muitos dos cristãos-judeus esperavam a volta prometida de Jesus ainda para aqueles tempos.

Por essa época, de todos os apóstolos, o único que se encontrava na Palestina — além do fato de que quase todos os que haviam convivido com Jesus já haviam morrido — era João. Como todos os outros, teve que procurar uma nova região para viver, resolvendo ficar ora em Antioquia, ora em Éfeso e em outras cidades espalhadas pela Ásia Menor, fixando-se por fim, na Grécia, por volta do ano 95, devido às brutais perseguições que o imperador Domiciano impusera aos cristãos.

João foi escrevendo o seu evangelho enquanto se deslocava por essas cidades. Recordava-se constantemente do episódio da transfiguração. Mateus (17, 1-13), Marcos (9, 2-13) e Lucas (9, 28-36) haviam se referido ao fato nos seus evangelhos. Ele, entretanto, não o faria. Havia sido um dos personagens, junto com Pedro e Tiago, daquele dia inesquecível. Mas, ainda assim, não iria repetir o que já estava dito. Espremido pela desesperada pressão do povo judeu quanto ao retorno de Jesus e, sem saber o que dizer, pois nem ele mesmo sabia quando tal fato seria, tornou-se o evangelista que menos se referiu à promessa de sua volta — aspecto do qual se arrependeria mais tarde. Naquela época, as expectativas quanto à Volta do Mestre eram fato comum nos comentários dos cristãos, e mesmo dos judeus não-cristãos, fosse a título de crença ou mesmo de pilhéria.

João recordava a todo momento da última vez em que o Mestre lhes aparecera como ressuscitado, em especial, das suas palavras, que diziam da sua vontade de que João ficasse até que ele viesse. Perguntava-se o que significava “ficar” . Ele estaria vivo quando Jesus retornasse? Se assim fosse, o que deveria ele fazer? Mas, e a nação judaica, novamente espalhada pela Terra? E ele, um simples exilado que fugira sob a proteção dos demais, quando o exército romano destruiu Jerusalém? Vivendo em terras estrangeiras, como pregar a volta de Jesus, se nem mesmo havia mais a terra prometida dos judeus para ser o centro de todo o processo? Jesus voltaria como? Como havia aparecido logo após a sua crucificação? Mas Ele lhes dissera que haveria de vir sobre as nuvens do céu e que a sua volta seria percebida por todos; como seria tal coisa possível?

Seu cérebro terreno, com o conhecimento que adquirira naquela existência, não lhe permitia ir mais além nas suas angustiadas reflexões. O próprio nível de conhecimento da época, o fatalismo cultural dos judeus, as frustradas expectativas da vinda de um messias vencedor — e não de um que havia sido derrotado e crucificado —, limitavam qualquer tentativa mais produtiva no campo do entendimento. O recado cósmico de Jesus (composto do anúncio de um Pai Celestial amantíssimo, da lei seguida por todos os seres e espíritos evoluídos do “amai-vos uns aos outros”, das muitas moradas espalhadas pelo cosmos, de que Ele, Jesus, era o elo entre os que viviam na Terra e os habitantes dessas outras moradas e de que Ele retornaria quando os tempos de renovação fossem chegados) tornou-se inapelavelmente refém do limitado conhecimento dos evangelistas. Não podia mesmo ser diferente.

E Jesus não chegava. O tempo, inclemente com as crenças, sejam elas quais forem, passava célere. João, que havia presenciado pessoalmente — e não por descrições de outros sempre passíveis de distorções de toda ordem — o poder pessoal do seu amado rabi, sabia que Ele não poderia ter se enganado. Se tudo que Ele fez, o fizera de tal forma revestido de uma autoridade jamais vista por alguém, se tudo que Ele dissera acontecera, até mesmo quanto à destruição de Jerusalém, por que não cumpriria exatamente a que mais ressaltara nas suas pregações, durante os últimos meses de sua vida na Terra?

Concluiu, finalmente, o seu evangelho, preocupado em escrever, não para os judeus ou para os pagãos, como o fizeram Mateus, Marcos e Lucas; escrevera, sim, para os cristãos, ressaltando a divindade de Jesus. Divindade que nem mesmo ele compreendia. Por não compreendê-la, resolveu, ao contrário dos outros evangelistas, não expressar o que já havia sido ressaltado: a promessa de retorno do Mestre. Essa decisão marcou-lhe a inquietude como companheira constante nos anos posteriores à confecção do seu evangelho, porque depois perceberia que havia agido daquela forma por simples conveniência pessoal, já que, se continuasse afirmando que Jesus retornaria, teria que fornecer maiores explicações sobre a tão esperada volta. Eram-lhes constrangedoras tanto uma quanto outra alternativa. Arrependera-se de assim ter feito. Ele, que vivera ao lado de Jesus, sabia que as conveniências pessoais eram de tom menor ante a empreitada com buscas à redenção da humanidade.

Cercado por muitos discípulos, dentre eles um que lhe era muito especial, também chamado João e que rotineiramente escrevia os seus apontamentos, seguia o curso de sua vida agora já radicado definitivamente na ilha grega de Patmos, de onde distribuía as suas epístolas para os demais centros cristãos que haviam sido semeados pelo trabalho incessante de Paulo, de Pedro e de outros trabalhadores da seara do Mestre.

Constantemente aturdido pelas lembranças dos acontecimentos, sentia-se algo culpado pela opção que fizera. Já com idade avançada, percebia claramente que não era para o seu tempo o tão prometido retorno. Jesus dissera a eles todos, em diversas oportunidades, que a sua mensagem haveria de espalhar-se por toda a Terra. Depois disso, Ele retornaria. De forma equivocada, entretanto, pensaram tratar-se, primeiro, da tão esperada supremacia da nação judaica sobre as demais e, assim, os ensinamentos do Mestre seriam finalmente conhecidos por todos. João refletia, naqueles instantes, que se nem mais nação judaica existia, de que forma ele deveria pensar sobre o retorno de Jesus? Não o sabia. Percebera apenas que não era no tempo de sua vida que o evento ocorreria. Isso, ele finalmente percebera. Arrependia-se, entretanto, de ter sido o único, entre os que escreveram sobre Jesus, a não expressar claramente a promessa da sua volta. Ele, logo ele que, para todos, era a última e única referência quanto aos fatos vividos por Jesus e das suas próprias promessas.

Eis que o seu Mestre, de outros rincões existenciais, resolve convocar o espírito encarnado de seu discípulo amado para um encontro esclarecedor quanto ao porvir. Atendendo a suas preces desesperadas, na solidão de sua responsabilidade, como sendo o último a ter convivido com Ele, resolve Jesus trazê-lo à sua presença, como também diante de sua assessoria cósmica, para conversas e esclarecimentos que ficaram expressos para a posteridade nas páginas do livro Apocalipse.

Muitos pensam não ter sido o apóstolo-evangelista João o autor do livro. De fato, ele foi o autor intelectual da obra, já que foi ele mesmo que, em estado desdobrado de sua consciência espiritual, presenciou os fatos descritos no livro. Entretanto, seu discípulo, também chamado João, conforme notícias dos mentores espirituais, foi quem tomou nota do que lhe era descrito pelo apóstolo.

Foram momentos de profunda alegria para João. Se bem pudéssemos descrever os fatos que nos são mostrados pela Espiritualidade, tentaríamos comparar o que houve com João ao que normalmente ocorre quando, em certo “cochilo da consciência”, de alguns poucos minutos, cabem histórias vividas em pleno sonho cuja sensação psicológica corresponde a horas. É como se em um simples sono de 15 minutos coubesse uma história que levaria horas para ocorrer. Acontece que o tempo existencial varia conforme os padrões vibratórios do meio em que se está inserido. Assim, João passou “horas em estado de desdobramento” onde recolheu as informações que lhe foram transmitidas pelo Mestre e pelos seus assessores que vivem outros mundos — normalmente chamados de anjos.

Convivendo com eles, durante o desdobramento de sua consciência espiritual — também chamada de arrebatamento em êxtase pelo próprio apóstolo — percebera mais e mais seres com vestes resplandecentes como aqueles que vira no momento da transfiguração. Notara que, inclusive, as duas entidades que se projetaram para parlamentar com Jesus quando este se transfigurou — ou seja, elevou as suas vibrações pessoais para poder sintonizar-se com os dois seres que desceram “da nuvem cuja sombra os cobria” — estavam também ali presentes.

Emocionou-se quando lhe foi dado perceber que o seu antigo mestre João Batista, de quem fora discípulo antes de começar a seguir Jesus a pedido daquele, estava também ali, só que sob uma outra roupagem fisionômica, já que ele havia sido um dos dois que se encontraram com Jesus. Perguntava-se como podia ser tal fato, se ele, João, que estava acompanhando Jesus no instante em que ocorreu a transfiguração, percebera que Pedro havia se referido aos dois seres ali presentes como sendo Elias e Moisés.

Lembrou-se, inevitavelmente — no estado em que se encontrava  — que o próprio Mestre lhes dissera que Elias já “tinha vindo”, na nova personificação terrena do seu espírito, na pessoa de João Batista.

...E, quando desciam (após o momento da transfiguração) , Jesus lhes fez esta proibição: Não conteis a ninguém o que vistes até que o Filho do homem ressuscite dos mortos. Em seguida, os discípulos o interrogaram: “Por que dizem os escribas que Elias deve voltar primeiro?” Jesus respondeu-lhes: “Elias, de fato, deve voltar e restabelecer todas coisas. Mas eu vos digo que Elias já veio, mas não o conheceram; antes, fizeram com ele quanto quiseram. Do mesmo modo farão sofrer o Filho do homem.” Os discípulos compreenderam, então, que ele lhes falava de João Batista. ” (Mat 17, 9-13).

O espírito de João estava vivendo um momento ímpar, com todos aqueles seres ali presentes. Vira o que até hoje muitos iniciados, mestres, médiuns, sacerdotes, pesquisadores e cientistas desejariam ver: seres que vivem em outros mundos que não o terreno; e aprendera que estes seres podem eventualmente nascer na Terra e, após a morte dos seus corpos transitórios, retornar para os seus mundos de origem; o próprio Mestre Jesus, na forma da sua personificação cósmica; máquinas e bases de civilizações outras que não a terrena, estacionadas próximas à Terra, exatamente onde estava ocorrendo aquele encontro posteriormente descrito no Apocalipse; enfim, aspectos de um contexto cósmico naquela época impossível de ser percebido através da ótica terrena.

Ao retornar à sua consciência terrena — produto do seu cérebro físico, como de sorte ocorre com todos nós que estamos submetidos às leis das reencarnações —, quando despertou novamente para os fatos da Terra, a sua mente espiritual começou a jorrar para o seu cérebro físico as lembranças, as recordações, as frases e as sensações indescritíveis do encontro ocorrido. João relatou da forma que lhe foi possível, acerca do conteúdo dos fatos  mas lhe era impossível compreender o significado do que presenciara.

Socorreram-lhe os discípulos mais próximos, já que João possuía idade bastante avançada. Começaram a tomar nota, coordenados pelo discípulo também chamado de João, cuja composição final compôs as páginas do Apocalipse. Se antes, por dúvidas de todas as matizes conjugadas às inevitáveis conveniências de quem vive na Terra, preferira eximir-se de expressar a promessa da volta futura do Cristo, agora nada mais lhe retinha a renovada intenção antes sufocada pelas circunstâncias.

Expressou, portanto, tudo o que lhe veio à mente como sendo recordação do encontro. Os mentores celestes ajudavam no que podiam, para que a fixação das lembranças vividas ocorressem na sua memória, conforme as circunstâncias o permitissem, apesar do pouco ou nenhum entendimento do seu cérebro a respeito das ocorrências futuras que lhe foram reveladas.

Enquanto alguns param, esperando dias melhores, outros continuam a preparar o porvir. João, arrependido pelas posturas anteriores, resolve trabalhar até os últimos instantes de sua vida pela propagação da graça maior que seria, no futuro, o retorno de Jesus. Compreendera que, quando lhe foi dito pelo Mestre que ele deveria ficar até que Ele viesse, havia recebido um recado cujo significado era, na realidade: ficar reencarnando na Terra, ajudando ao progresso planetário, até que a promessa da vinda do Mestre fosse cumprida. Vislumbrou vidas futuras que, por prudência, achou melhor a elas não se referir para não complicar o que por si só já era tarefa complexa: compor, de forma ordenada, as mensagens do Apocalipse.

Quando do seu desdobramento, vira todos os outros apóstolos — à exceção de Judas — ao lado do Cordeiro assentado em seu trono coberto de glória, conforme suas próprias palavras transcritas pelo seu discípulo escrevente nas páginas do livro por todos conhecidos, porém incompreendido até os dias atuais.

Recordara-se da razão pela qual, sempre de maneira suave, Jesus o prevenira de que, um dia, ele haveria de ser o único dos apóstolos a estar vivo na Terra, trabalhando pela edificação do “reino de amor do Pai Celestial”.

Mesmo com os receios inerentes à condição humana — as perseguições promovidas por Domiciano estavam à solta e qualquer intriga poderia ser motivo de escândalo; milhares de cristãos estavam sendo queimados, crucificados, decapitados e lançados às feras nos circos romanos — João encaminhou às Igrejas que já existiam naquele tempo o recado amoroso quanto à volta de Jesus que deveria ocorrer em tempos futuros. Absolutamente ninguém o levou muito a sério. O que de mais importante existia em termos de recado do Mais Alto para os que viviam na Terra não fora jamais percebido como tal, da mesma forma que não o foi até mesmo nos dias atuais.

Se antes, quando da confecção do seu evangelho, faltaram-lhe forças para insistir na única e mais ressaltada promessa de Jesus ainda por ser cumprida, agora, nas páginas do Apocalipse — livro profético que mostra a luta entre a luz e as trevas e o fluxo dos acontecimentos que culminam com a tão prometida volta de Jesus —, João derramava toda a vivência e certeza do que lhe fora revelado em espírito, quanto à vinda futura do Mestre. Com as revelações que recebera ao fim de sua vida terrena, compreendera finalmente todos os aspectos antes não compreendidos das muitas passagens da vida de Jesus, que tivera nele testemunha privilegiada dos fatos ocorridos. Sabia que o seu amado rabi haveria de retornar para redimir toda a humanidade e sabia também que, ao contrário dos demais apóstolos que saíram do contexto terreno após as dolorosas mortes que tiveram e que, no futuro, quando do cumprimento da última promessa, voltarão ao lado de Jesus, ele ficaria trabalhando na Terra, em vidas futuras, até que os tempos fossem chegados. E eis que os tempos já são chegados.

Ei-lo que vem com as nuvens. Todos os olhos o verão, mesmo aqueles que O traspassaram. ” (Apocalipse, 7).

Eis que venho em breve! Felizes aqueles que põem em prática as palavras da profecia deste livro... O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras. ” (Apocalipse 22, 7-12).

O recado cósmico de Jesus, quanto à sua volta, estava renovado. Somente o porvir talvez lhe pudesse dar guarida no campo do entendimento, até porque o Consolador haveria de vir esclarecer todas as coisas antes do seu retorno no estado glorioso (cósmico), papel este assumido corretamente pelo Espiritismo.

Tempos difíceis foram aqueles vividos pelo apóstolo João, nos últimos dias de sua vida. Procurado a todo momento por muitos cristãos, se esquivava o quanto podia, em se comprometer com ensinamentos que não podia provar serem verdadeiros. No entanto, ao ter a inabalável certeza da volta do Mestre, passou a explicá-la, conforme permitiam as circunstâncias do entendimento à época dos fatos.

Segundo a opinião de alguns estudiosos, Daniel, entre os profetas do Antigo Testamento, foi quem recebeu a maior revelação profética, tendo recebido João, o apóstolo amado, a maior do Novo Testamento.

II. Entendendo o Apocalipse.

Para o que pretende este estudo demonstrar, podemos dividir o Apocalipse da seguinte maneira:

1. A primeira parte referente as mensagens enviadas às sete igrejas, simbolizando com este número, a totalidade de todas as agremiações terrenas e, em última instância, a todos os que vivem na Terra.

2. O anúncio profético dos fatos futuros divididos em sete grupos de acontecimentos, sendo cada um desses grupos o que o evangelista chamaria de “selo”, existindo, portanto, os sete selos do Apocalipse. No sétimo e último selo estão contidas as sete trombetas. Entre a sexta e a sétima trombeta está inserida a "Execução dos Decretos do Pequeno Livro Aberto" onde, por sua vez, são descritas as chamadas sete taças da cólera de Deus. É exatamente entre a sexta e a sétima trombeta onde estão situados os acontecimentos ocorridos no ano de 2001.

Assim, os sete selos referem-se aos grupos de acontecimentos que devem ocorrer até o prometido retorno de Jesus.

3. Após a chegada de Jesus começa a edificação do reino de amor do Pai Celestial com o início do processo de convivência entre os que vivem na Terra e os seres de outras moradas celestiais.

4. Epílogo, onde o evangelista atesta o recebimento das mensagens e conclui a revelação da vinda do Senhor, repetindo a sua promessa de retornar à Terra.

O grande problema de entendimento do Apocalipse como um todo reside nas dificuldades em descortinar as mensagens da sua segunda parte, ou seja, dos conjuntos proféticos selados que foram abertos para que João pudesse profetizar.

Não é objetivo do presente estudo, esclarecer as nuanças proféticas que cercam as revelações dos seis primeiros selos, o que poderá vir a ser feito em outra oportunidade. Ressalte-se, por necessário, que urge o entendimento por parte da humanidade dos dias que correm a partir do ano 2001, para que possam todos se preparar convenientemente para o que ainda está por vir, sendo este o objetivo maior do presente estudo.

Assim, é importante que se parta da premissa de que todos os acontecimentos previstos nos seis primeiros selos já aconteceram ou tiveram as suas possibilidades proféticas já superadas, pois que as profecias predispõem, mas não impõem e, assim sendo, nem tudo o que foi vaticinado realmente chega a ocorrer. Como exemplo maior desse aspecto, podemos citar o fato de que existiam no passado, profecias referentes à destruição de Sodoma e de Gomorra como também à de Nínive. Para esta última, foi enviado o profeta Jonas que avisou a iminente destruição da cidade, caso os seus habitantes não fizessem penitência ou, em outras palavras, não se esforçassem por mudar de atitude. Os moradores de Nínive fizeram a penitência solicitada por Jonas e a cidade foi poupada. Já os habitantes de Sodoma e de Gomorra não modificaram as suas atitudes, o que teria criado ambiente propício a destruição daquelas cidades.

É importante também notar que, o evangelista, ao abrir o chamado sétimo selo, percebeu que ao final do tempo e dos acontecimentos previstos para aquele selo, o Senhor retornaria. Desta forma, resolveu subdividir este selo em sete grupos de ocorrências aos quais chamou de sete trombetas. E como tudo culminaria com o retorno do Senhor Jesus, João simbolizou a importância desse fato sendo anunciado pelo tocar das trombetas pelos anjos anunciadores do novo evento crístico na Terra. Por isso, cada anjo toca uma trombeta, até o retorno glorioso do Senhor.

Entre a sexta e a sétima trombeta — esta última anunciando a chegada iminente de Jesus — ocorre uma série de acontecimentos espetaculares (para a ótica de João) que lhe foram apresentados à parte do contexto profético, e que, no apocalipse, aparecem como sendo a “Execução dos Decretos do Pequeno Livro Aberto”. E é aqui que reside o que mais interessa a atual geração que está vivendo na Terra, pois os acontecimentos descritos referem-se aos problemas ocorridos desde o último dia 11 de setembro de 2001 e aos que estão ocorrendo e ainda por ocorrerem, até que se consume o retorno de Jesus no seu papel de ser cósmico vivendo além das fronteiras terrenas, para religar a Terra à convivência cósmica com as demais moradas siderais.

Vamos a análise dos fatos e das descrições apocalípticas.

III. As chaves e o estilo das revelações apocalípticas.

Observação estratégica: para facilitar a compreensão, focalizando a atenção no que mais importa, daqueles que buscam perceber os aspectos espirituais e cósmicos por trás da limitada ótica comum a vida terrena, aqui somente serão ofertadas algumas das chaves para o entendimento referentes aos toques da quinta, da sexta e da sétima trombetas do sétimo e último selo.

É importante ressaltar que, conforme descrição do próprio João, o seu espírito foi "arrebatado aos céus", maneira pela qual teve acesso as informações que posteriormente revelaria no livro Apocalipse. Assim, imaginemos, por exemplo, que o apóstolo João, ao relembrar-se das revelações que lhe foram feitas quando do seu contato com o Senhor e suas hostes angelicais durante o arrebatamento, ao lhe ter sido mostrado um fato que ocorreria cerca de dois mil anos depois — um avião ou mesmo uma frota de aviões em combate —, diante do seu entendimento da época, como ele iria descrever o que estava vendo? Com que palavras iria narrar os fatos que se desenrolavam diante de sua percepção?

Hoje, para nós, avião é a coisa comum, porém, para aquela época, como podia o cérebro de alguém entender tal coisa?

João chamou-os de “gafanhotos”, na quinta trombeta.

“O aspecto desses gafanhotos era o de cavalos aparelhados para a guerra. Nas suas cabeças havia uma espécie de coroa com reflexos dourados. Seus rostos eram como rostos de homem, seus cabelos como os de mulher, e seus dentes como os dentes de leão. Seus tórax pareciam envoltos em ferro, e o ruído de suas asas era como o ruído de carros de muitos cavalos, correndo para a guerra. Tinham caudas semelhantes à do escorpião, com ferrões e o poder de afligir os homens por cinco meses.” (Apocalipse 9, 7–10)

Imaginemos, agora, que para o cérebro de João que jamais vira uma construção elevada, a única referência que tinha para essas coisas era a idéia cerebral que havia feito ao ter notícias, através dos estudos e das narrativas históricas do povo judeu, da já lendária questão para aquela época da Torre da Babilônia (de Babel). Este aspecto facilmente nos conduz a conclusão de que, qualquer construção vertical com proporções singulares, poderia ser denominada por ele como sendo a Torre da Babilônia, Babilônia — local da torre — ou mesmo Torre de Babel. Assim, vamos supor o evangelista tendo acesso as imagens das quedas das torres do World Trade Center, em Nova York. Como ele descreveria aqueles tristes acontecimentos? Com que palavras ele poderia se referir a tais fatos atordoantes para a sua concepção de mundo e de vida, à época em que viveu?

Prestemos, agora, atenção, ao que João descreve como sendo os acontecimentos entre o final da sexta trombeta e o início da sétima.

“Depois disso vi descer do céu outro anjo que tinha grande poder, e a terra foi iluminada por sua glória. Clamou em alta voz, dizendo: “Caiu, caiu Babilônia, a grande”...; “porque todas as nações beberam do vinho da ira de sua luxúria, pecaram com ela os reis da terra, e os mercadores da terra se enriqueceram com o excesso do seu luxo.” (Apocalipse 18, 2–3) Elementos observados: a queda das torres; o imperialismo econômico e político, com aspectos de um processo de globalização sustentado em princípios cujos valores exaltam o capital e desprezam a vida humana, reduzindo-a a um mero exercício de mais valia financeira; e o poderio exercido no resto do mundo pelo maior centro financeiro do planeta, a cidade de Nova York.

“Hão de chorar e lamentar-se por sua causa os reis da terra que com ela se contaminaram e pecaram quando avistarem a fumaça do seu incêndio. Parados ao longe, de medo de seus tormentos, eles dirão: “Ai, ai da grande cidade, Babilônia, cidade poderosa! Bastou um momento para tua execução!” (Apocalipse 18, 9-10) Elementos observados: postura dos demais líderes mundiais diante da queda das torres; a queda repentina das mesmas.

“Também os negociantes da terra choram e se lamentam a seu respeito, porque já não há ninguém que lhes compre os carregamentos: carregamento de ouro e prata, pedras preciosas e pérolas, linho e púrpura, seda e escarlate, bem como de toda espécie de madeira odorífera, objetos de marfim e madeira preciosa; de bronze, ferro e mármore; de cinamonio e essência; de aromas, mirra e incenso; de vinho e óleo, de farinha e trigo, de animais de carga, ovelhas, cavalos e carros, escravos e outros homens. Eis que o bom tempo de tuas paixões animalescas se escoou. Toda a magnificência e todo o brilho se apagou, e jamais serão reencontrados. Os mercadores destas coisas, que delas se enriqueceram, pararão ao longe, de medo de seus tormentos, e hão de chorar e lamentar-se, dizendo: “Ai, ai da cidade, a grande, que se revestia do linho, púrpura e escarlate, toda ornada de ouro, pedras preciosas e pérolas. Num só momento toda essa riqueza foi devastada.” (Apocalipse 18, 11-17) Elementos observados: durante vários dias a bolsa de Nova York parou, diversos negócios deixaram de ser realizados; preocupação do evangelista em listar todas as mercadorias que ele conhecia ao tempo em que viveu, para simbolizar o poderio econômico do centro financeiro representado pela cidade de Nova York e, em especial  pelas duas torres que ruíram.

“Todos os pilotos e todos os navegantes, os marinheiros e todos os que trabalham no mar paravam ao longe e exclamavam, ao ver a fumaça do incêndio: “Que havia de comparável a esta grande cidade?”E lançavam pó sobre as cabeças chorando e lamentando-se com estas palavras: “Ai, ai da grande cidade de cuja opulência se enriqueceram todos os que tinham navios no mar. Bastou um momento para ser arrasada”. (Apocalipse 18, 17-19) Elementos observados: pilotos de aviões além de comandantes e tripulantes de navios que, ao longe, observavam a fumaça das torres e depois da derrocada de ambas; o pó e os detritos provenientes das quedas das torres cobrindo literalmente milhares de pessoas que estavam próximas ao local dos problemas ocorridos; a ênfase em Nova York como centro de comércio para as nações que participam do circuito dos negócios mundiais; a rapidez com que as torres ruíram.

“Então um anjo poderoso tomou uma pedra do tamanho de uma grande mó de moinho e lançou-a no mar, dizendo: “Com tal ímpeto será precipitada Babilônia, a grande cidade, - e jamais será encontrada.” (Apocalipse 18, 21) Aqui se observa um anjo demonstrando com ênfase a João como as torres cairiam. É importante perceber que os seres que procuravam simbolizar os acontecimentos profetizados foram todos chamados por João de "anjos".

Portanto, estas são algumas das passagens constantes no Apocalipse que se referem aos fatos ocorridos no mês de setembro de 2001. Na verdade, muito mais poderia aqui ser citado. Mas não é este o objetivo do presente estudo. Se tivermos conseguido deixar claro ao menos a possibilidade de que realmente os fatos ocorridos encontram padrões de referência sólidos nos aviso proféticos, já teremos atingido o objetivo a que nos propomos: a de chamar a atenção para um evento tido por muitos como algo impossível de acontecer e para outros, algo que esperam mesmo que aconteçam, mas sobre o qual não fazem a menor idéia de como seria, que é o prometido retorno daquele que na Terra ficou conhecido como Jesus.

Assim, é importante observar que os acontecimentos anteriormente referidos, conforme a ótica de interpretação da qual estamos partindo, serão seguidos de mais três eventos distintos, facilmente observados como descritos no Apocalipse:

1. Conflito gerado a partir do ataque terrorista entre “...os reis da terra com os seus exércitos reunidos para fazerem guerra ao cavaleiro e ao seu exército”. (Apocalipse 19, 19). Mas, aqui, é importante que ressaltemos que este fato ocorre ao mesmo tempo em que um “exército celeste” já se põe a postos em outras paragens, como que observando os acontecimentos terrenos, prestes a se deixar perceber pelos que vivem na Terra.

Observemos as palavras eleitas por João para se referir a fatos que ocorriam fora do contexto terreno, enquanto que na Terra algumas forças entravam em conflito, após os ataques ocorridos nos Estados Unidos.

“Vi ainda o céu aberto: eis que aparece um cavalo branco. Seu cavaleiro chama-se Fiel e Verdadeiro, e é com justiça que ele julga e guerreia. Tem olhos flamejantes. Há em sua cabeça muitos diademas, e traz escrito um nome que ninguém conhece, senão ele. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome é o Verbo de Deus.” (Apocalipse 19, 11-13) João descreve a aproximação, junto ao nosso mundo, de um cortejo celestial comandado por aquele que na Terra ficou conhecido como Jesus. Este se apresenta na forma existencial normal ao seu estado de autoridade celeste, e com o seu "nome cósmico" universalmente conhecido.

“Seguiam-no em cavalos brancos os exércitos celestes, vestidos de linho fino e de uma brancura imaculada. De sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações pagãs, porque ele deve governá-las com cetro de ferro e pisar o largar do vinho da ardente ira de Deus Dominador. Ela traz escrito no manto e na coxa: “Rei dos reis e Senhor dos senhores!” (Apocalipse 19, 15-16) João continua a descrever os assessores celestiais presentes no cortejo e, ao perceber que eles estão se deslocando em "alguma coisa", por não encontrar maiores referenciais diante daquela tecnologia que jamais vira na Terra, denominou as “coisas” nas quais aqueles seres se aproximaram da Terra, como sendo “cavalos brancos”, pretendendo simbolizar o meio de transporte mais nobre que ele concebia conforme os valores do seu tempo, procurando deixar absolutamente claro que o comando era exercido por aquele a quem ele conhecera como Jesus.

“Eu vi a fera e os reis da terra com os seus exércitos reunidos para fazerem a guerra ao cavaleiro e ao seu exército. Mas a fera foi presa, e com ela o falso profeta, que realizara prodígios sob o seu controle, com os quais seduzira aqueles que tinham recebido o sinal da fera e se tinham prostrado diante de sua imagem. Ambos foram lançados vivos no lago de fogo sulfuroso. Os restantes foram mortos pelo Cavaleiro com a espada que lhe saía da boca. E todas as árvores fartaram-se de suas carnes.” (Apocalipse 19, 19-21). O evangelista refere-se às forças em conflito e deixamos ao critério dos que por si mesmo possam analisar as expressões e os fatos que se seguem nas páginas do Apocalipse, referentes aos personagens citados. A eterna narrativa do embate empreendido pelas forças trevosas diante da luz do esclarecimento espiritual. O evangelista coloca a seu mestre na função de “cavaleiro pelejando motivado por nobres ideais”, afirmando que os seus ensinamentos triunfarão ante as forças da ignorância presentes em todos os lados envolvidos na questão.

Ao mesmo tempo em que tudo isso acontece, com a aproximação do cortejo celeste, inicia-se o julgamento geral de todos os que viveram e vivem na Terra, evento celeste que marca os primeiros momentos do cumprimento da promessa feita por Jesus de aqui retornar para pessoalmente presidir esses acontecimentos.

2. O Triunfo das Testemunhas do Cristo.

Em algum tempo, durante o desenrolar das últimas etapas dos acontecimentos conseqüentes à queda da Babilônia, eis o que o evangelista descreve como sendo o último evento digno de nota, conforme a sua apreciação pessoal, antes da já iminente chegada de Jesus.

“Foi-me dada uma vara semelhante a uma vara de agrimensor, e disseram-me: “Levanta-te! Mede o templo de Deus e o altar com seus adoradores. O átrio fora do templo, porém, deixa-o de lado e não o meças: foi dado aos gentios, que hão de calcar aos pés a cidade santa por quarenta e dois meses. Mas incumbirei às minhas duas testemunhas, vestidas de saco, de profetizarem, por mil duzentos e sessenta dias. São eles as duas oliveiras e os dois candelabros que se mantêm diante do Senhor da terra.” (Apocalipse 11, 1-4) Aqui o profeta refere-se ao fato de que foi-lhe dado observar quantos, entre os que viviam na Terra, já estavam aptos (tendentes ao bem) à convivência fraterna entre os seres. Aqueles, porém, que estavam fora do circuito espiritual dos que já se podiam considerar como ungidos pelo amor do Pai, teriam ainda “um tempo” para serem esclarecidos pelas duas testemunhas, quanto as lições eternas legadas ao mundo pelo Mestre dos Mestres. O objetivo dessa última etapa antes da chegada de Jesus e, com isso, a consumação do julgamento denominado de Juízo Final, é exatamente a de fornecer uma espécie de última oportunidade para que cada um se defina, de uma vez por todas, diante do “Livro da Vida”, assumindo definitivamente os valores eternos do amor e do esclarecimento espiritual, deixando assim de vincular-se às posturas empedernidas das forças trevosas que entronizam a ignorância e o orgulho espiritual como sendo a tônica de suas atitudes.

Quanto aos demais versículos deste capítulo, antes que chegue a hora em que o sétimo anjo deve tocar a sétima trombeta, também deixaremos a critério da análise de cada um, por não ser a preocupação central do presente estudo.

3. O toque da sétima trombeta anunciando o retorno de Jesus.

Ainda no capítulo 11 do Apocalipse, denominado como o “Triunfo das Testemunhas de Cristo”, soa a última trombeta e ocorre o cumprimento da promessa feita por Jesus quando ele viveu na Terra: a de que um dia retornaria na sua forma celestial, cercado por suas hostes angelicais, para edificar o reino de amor e de paz do Pai Celestial.

“O sétimo anjo tocou a trombeta. Ressoaram então no céu altas vozes que diziam: “O Império de nosso Senhor e de seu Cristo estabeleceu-se sobre o mundo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Apocalipse 11, 15). Quem tiver ouvidos, ouça.

Observações Finais.

Um dos principais enigmas quanto a correta postura para se entender o roteiro dos fatos vaticinados no Apocalipse refere-se ao que particularmente denominamos como sendo o “fator da simultaneidade”. Se não for levado em questão, dificilmente se poderá ter uma compreensão razoável quanto ao que verdadeiramente o profeta pretendeu simbolizar. Mas o que é o fator da simultaneidade? Provavelmente nasceu, em primeiro lugar, devido a incapacidade cerebral do apóstolo João em entender o desenrolar dos fatos que lhe foram demonstrados em uma ordem lógica para o seu raciocínio; em segundo, pela dificuldade descritiva do apóstolo e de seus discípulos, quando da formulação das idéias e da arquitetura da narração, na nobre tentativa de não deixar sem a devida abordagem, qualquer dos fatos proféticos avaliados como importantes.

Assim, ao que julgamos entender, algumas das descrições presentes nos conjuntos dos acontecimentos por trás das aberturas dos seis selos, descrevem fatos, personagens, instituições, cidades e nações simultaneamente referidas quando das narrativas referentes ao soar das seis primeiras trombetas pelos anjos, como também quando outro grupo de anjos mostram as sete taças da ira de Deus. Além disso, as mesmas ocorrências são também simultâneas abordadas em partes específicas de alguns capítulos, como por exemplo, o “derramamento da sétima taça”, “Castigo de Babilônia”, “Vitória de Cristo sobre as feras”, “Sorte do Dragão”, “Julgamento Geral”, “Triunfo das Testemunhas de Cristo”, acontecimentos estes que têm uma "interseção temporal" no presente ano de 2001. Assim, por mais estranho ou mesmo paradoxal que possa parecer, todos os epítetos citados referem-se a fatos que se entrelaçam e que estão correndo simultaneamente, alguns já há algum tempo; outros já consumados, tendo, porém, suas conseqüências ainda atuantes como fatores de geração de novos fatos no presente; alguns outros que já tiveram início com o desenrolar de suas etapas iniciais, estando todo esse contexto fortemente marcado nos dias do ano 2001 e nos que se seguem.

Outro aspecto que muito tem confundido os estudiosos é o fato do evangelista ter colocado os "Decretos do Pequeno Livro Aberto" como uma espécie de apêndice, após o que João relata ser o último acontecimento de sua profecia: que é a chegada de Jesus. Assim ele agiu provavelmente procurando não alterar o roteiro do entendimento quanto a uma possível ordem nos eventos profetizados.

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Concluindo, obriga-nos o senso moral a informar que estes escritos foram realizados nas madrugadas dos dias 26, 27 e 28 de outubro de 2001, e não chegaram a passar por nenhum processo de revisão, o que pode acarretar imprecisões e erros diversos, pelo que nos desculpamos. Solicitados a logo divulgá-los, por questões outras dificilmente percebidas pelo senso comum, estimamos que venham a valer bem mais pela reflexão que possam semear naqueles que buscam do que propriamente pela forma, no que somos os primeiros a realçar a ausência de qualquer preocupação com estilo.

O propósito maior, além de provocar a necessária postura reflexiva em relação aos avisos de há muito dados, como também diante dos fatos do presente e dos que porventura poderão nos envolver no futuro — e que foram, desde os tempos bíblicos, também vaticinados —, é o de simplesmente chamar a atenção para o iminente retorno do Mestre Jesus, na sua real condição de ser excelso e de autoridade cósmica, que vive em moradas que se situam muito além do horizonte da atual percepção humana.

Muitos mestres cósmicos vieram à Terra, dando as suas contribuições para o progresso planetário. Moisés, Lao-Tsé, Zoroastro, Sidarta Gautama, Jesus, Maomé e demais mestres espirituais que, através de suas contribuições filosóficas e pelos seus testemunhos singulares, cujos legados terminaram por semear as religiões que hoje marcam o panorama terrestre, todos eles marcaram o mundo com a essência das suas fragrâncias espirituais eternizadas nos livros sagrados das muitas religiões. Todos eles trabalharam em prol de um único objetivo: o de promover a redenção espiritual desta humanidade. Porém, somente um deles prometeu retornar, além de ter procurado oferecer um roteiro lógico quanto aos fatos futuros, para que se pudesse atinar com os tempos profetizados, quando estes fossem chegados. E eis que os tempos são chegados. E somente a promessa de Jesus de aqui retornar é o único elo que temos com o futuro, pelo menos no que se refere ao conjunto das profecias feitas nos tempos bíblicos.

O que mais importa, por trás da prometida volta de Jesus, é o fato de todos na Terra, independente da religião que atualmente professem — e mesmo de professarem alguma, já que valemos pelo amor que carregamos no coração — voltarem a conviver com seres de outros orbes, marcando um fim ao isolamento pelo qual passa o nosso planeta diante do cosmos, desde tempos imemoriais. Apenas caberá ao Mestre Jesus, em nome de todos os grandes mestres que já viveram na Terra, a coordenação amorosa dos instantes da renovação pelos quais passa o nosso lar planetário.

Nada de fim de mundo com a sua volta e nem muito menos a ocorrência de acontecimentos negativos. Estes são promovidos pela nossa própria incúria espiritual, jamais por seres evoluídos e que amam incondicionalmente. Tão evoluídos são que provavelmente somente se deixarão mostrar para que tenhamos a certeza absoluta de que não estamos sós no universo. Mas eles sabem que, enquanto aqui estiverem, todos ficarão sob a influência de suas presenças vibratórias, o que nos impediria de produzir o necessário progresso do nosso mundo, responsabilidades esta indelegável e intransferível.

Nenhum ser de fora virá fazer o que cabe ao homem e a mulher terrestres realizarem: o progresso material e espiritual do nosso mundo, baseado no esforço e no mérito moral de seus habitantes. Por isso, eles logo sairão do contexto terreno, prometendo para breve o retorno contínuo de muitas equipes, que virão visitar e conviver com os seus irmãos e irmãs terráqueos, na medida em que formos aprendendo realmente a amar uns aos outros, postura básica e essencial ao exercício pleno da cidadania cósmica, aspecto comum aos seres evoluídos.

Portanto, que sejamos caminhantes que jamais se detêm na tentativa de entender a vida e o mundo que nos cerca, procurando nos afastar da ignorância que a tudo obscurece, e na busca da consecução do Ideal de Fraternidade entre os que vivem na Terra.

Jan Val Ellam

Grupo Atlan.

 

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